Um novo ritmo
Luiz C. Rangel
Zé Pretinho era um excelente laçador que prestava seus serviços num dos carros de apreensão de animais do DNER. Além de executar seu trabalho com grande competência, ZP era um exímio bailarino, presença constante e obrigatória nas domingueiras do "Grêmio Recreativo Musical Aroma da Perpétua", localizado num aprazível subúrbio da Central do Brasil.
Zé Pretinho trabalhava de segunda a sexta, como era solteirão, no sábado gastava seu tempo nos preparativos do baile de domingo, isto é, pintar o sapato branco, engomar a camisa de cambraia e, dar uma ligeira alisada no impecável terno de linho S 120, indefectível traje que ostentava nas famosas domingueiras, nas quais, era o dançarino mais solicitado, sendo de longe o preferido das damas, entre as quais a mulata Florinda, cognominada, "a rainha das damas", por suas especiais virtudes na arte de dançar.
Na verdade, o Zé era mesmo fera, um verdadeiro artista, com ele, samba, bolero, rumba, mambo, fox e o tango - que quando começava a dançar, todos paravam para admirar eram magistralmente bailados e até inovados, com o improviso de novos passos e "cruzadas", totalmente inéditos.
Certo domingo, por sinal num baile de gala, os pares começaram a sentir uns esbarrões nas pernas, não demorando muito para que se descobrisse o Zé Pretinho, que posicionado de quatro pés, pulava para frente e para trás, rodopiava para a direita e para a esquerda, como que executando um estranho, difícil e incrível balé, ao som de um engraçado assobio.
Logo todos pararam de dançar, permanecendo imóveis, observando os movimentos executados pelo "rei do salão", chegando facilmente à conclusão que o cara tinha inventado uma nova dança, lançado um novo ritmo musical.
Foi aí que a mulata Deolinda, locutora oficial da gafieira, subiu ao palco e empunhando o microfone anunciou: "distintos dançarinos e dançarinas, o Grêmio Recreativo Musical Aroma da Perpétua, vive neste domingo um glorioso dia. Neste dia, nesta hora, neste templo sagrado da dança, o nosso grande bailarino Zé Pretinho está lançando, para nosso orgulho e alegria, uma nova dança, um novo, espetacular e contagiante ritmo musical e eu, peço uma grande e prolongada salva de palmas".
Neste exato momento, Zé Pretinho levantou-se, esfregou as mãos, deu uma boa espreguiçada e berrou: nova dança, novo ritmo musical o cacete pô! Eu tô é procurando a minha dentadura que caiu quando eu dei uma mordida no cangote da Florinda.
É mole ou quer mais?...
Zé Pretinho trabalhava de segunda a sexta, como era solteirão, no sábado gastava seu tempo nos preparativos do baile de domingo, isto é, pintar o sapato branco, engomar a camisa de cambraia e, dar uma ligeira alisada no impecável terno de linho S 120, indefectível traje que ostentava nas famosas domingueiras, nas quais, era o dançarino mais solicitado, sendo de longe o preferido das damas, entre as quais a mulata Florinda, cognominada, "a rainha das damas", por suas especiais virtudes na arte de dançar.
Na verdade, o Zé era mesmo fera, um verdadeiro artista, com ele, samba, bolero, rumba, mambo, fox e o tango - que quando começava a dançar, todos paravam para admirar eram magistralmente bailados e até inovados, com o improviso de novos passos e "cruzadas", totalmente inéditos.
Certo domingo, por sinal num baile de gala, os pares começaram a sentir uns esbarrões nas pernas, não demorando muito para que se descobrisse o Zé Pretinho, que posicionado de quatro pés, pulava para frente e para trás, rodopiava para a direita e para a esquerda, como que executando um estranho, difícil e incrível balé, ao som de um engraçado assobio.
Logo todos pararam de dançar, permanecendo imóveis, observando os movimentos executados pelo "rei do salão", chegando facilmente à conclusão que o cara tinha inventado uma nova dança, lançado um novo ritmo musical.
Foi aí que a mulata Deolinda, locutora oficial da gafieira, subiu ao palco e empunhando o microfone anunciou: "distintos dançarinos e dançarinas, o Grêmio Recreativo Musical Aroma da Perpétua, vive neste domingo um glorioso dia. Neste dia, nesta hora, neste templo sagrado da dança, o nosso grande bailarino Zé Pretinho está lançando, para nosso orgulho e alegria, uma nova dança, um novo, espetacular e contagiante ritmo musical e eu, peço uma grande e prolongada salva de palmas".
Neste exato momento, Zé Pretinho levantou-se, esfregou as mãos, deu uma boa espreguiçada e berrou: nova dança, novo ritmo musical o cacete pô! Eu tô é procurando a minha dentadura que caiu quando eu dei uma mordida no cangote da Florinda.
É mole ou quer mais?...